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Kiera Cass, em entrevista para a EW, fala sobre seu último livro, projetos futuros e a adaptação par

Depois de cinco livros, quatro contos e três rainhas inesquecíveis, a série A Seleção, de Kiera Cass — uma franquia YA comumente descrita como a fusão entre The Bachelor e Jogos vorazes — chega ao fim.

Quanto tudo começou, o príncipe Maxon estava à procura de uma esposa e, no terceiro livro, escolheu a audaciosa America, que estava do lado errado do sistema de castas da nação distópica. Juntos, eles eliminaram esse sistema e tiveram alguns filhos. No começo no quarto livro, a filha mais velha do casal, Eadlyn, está se preparando para assumir o trono, e começa sua própria Seleção para encontrar um marido. No quinto e último livro da série, A coroa, ela aceita seu destino e tudo o que vem junto com o cargo de rainha.


A Entertainment Weekly conversou com Cass sobre dizer adeus, as reações negativas das pessoas quanto a Eadlyn e sobre como anda a adaptação cinematográfica.


ENTERTAINMENT WEEKLY: Como é dar um ponto final a esses personagens e dizer adeus à série?

KIERA CASS: É bem estranho. Os personagens ainda estão em minha cabeça... o que é um conforto. Não é como se eles desaparecessem completamente. Oito anos de trabalho para meio que fazê-lo parar por aqui, é estranho. E agora que o fim está cada vez mais perto, eu tenho estado muito mais sensível quanto a isso. Decidi que quando chegar em casa após a turnê de divulgação, vou passar uma semana no sofá assistindo a filmes e ficar na fossa para conseguir superar. É agridoce.


O que quer dizer com “ainda estão na sua cabeça”?

Como explico isso sem parecer uma louca? Quando o personagem aparece em minha mente, ele precisa falar e eu tenho que colocar tudo no papel; depois eles começam a ficar mais quietos, eles descansam e ficam bem, só rondando minha cabeça. Então não é como se alguém estivesse gritando comigo para que eu contasse alguma coisa, mas eu meio que sei o que acontece após a última página. Eles ainda estão lá, mas ninguém está gritando comigo para que eu conte ao mundo o que está acontecendo.


Isso significa que poderia haver outro livro mais para frente?

Veremos. Eu já comecei, na verdade, a discutir sobre o que vamos fazer no aniversário de 10 anos: algo como voltar e escrever do ponto de vista do Maxon (as pessoas pedem por isso há muito tempo) ou escrever sobre o intervalo entre A escolha e A herdeira (as pessoas têm falado sobre isso). Sabe como é, também tem a chance de fazer outra coisa, mas eu não sei, no momento.


Nem todo mundo amou a Eadlyn logo de cara, mas a evolução dela em A coroa é significativa e ainda assim parece natural. Essa mudança foi uma resposta à reação dos fãs?

Não, ela é quem ela é. Ela foi criada de forma diferente da mãe, então isso a torna uma pessoa diferente e uma narradora diferente. Quando você cresce num mundo onde todos fazem o que você diz, você sabe que será muito poderosa e é muito, muito rica, isso te torna uma pessoa diferente. E ela também é muito, muito receosa com o mundo ao seu redor. Foi divertido porque isso deu a ela quilômetros e mais quilômetros de espaço para crescer, mas eu estava tipo “Acho que esse será um livro difícil de digerir. Você vai ter que se importar o suficiente com ela para querer ver o fim disso, para que importe.” Eu não ficaria surpresa se algumas pessoas dissessem “Não, eu não consigo tolerá-la. Não quero saber como tudo termina.” Mas eu senti que havia tantas coisas a mais para que ela fizesse. Acho que colocá-la nessa posição em que ela está muito, muito vulnerável deu a ela espaço o suficiente para amadurecer. Começar o livro com o irmão longe, a mãe inválida, e sem fazer ideia do que vai acontecer, é uma posição muito séria para ela.


Esse teria sido um telefonema bem diferente se você tivesse matado a America.

Eu entendo. Admito que não pensei de verdade em como isso afetaria as pessoas. Eu estava muito mais preocupada com a Eadlyn, então peço desculpas pelo estresse.


No fim de A escolha, Maxon elimina o sistema de castas de Illéa, mas quando sintonizamos em A herdeira, está claro que isso não eliminou todos os problemas entre as pessoas e a monarquia e as pessoas ainda têm seus preconceitos. Isso pareceu muito conveniente. Foi intencional?

Não, quase tudo está como um “ops” na página e eu nem pensei nisso como algo que coincidiria com o agora podemo ver no horizonte. O que pareceu muito honesto para mim, e tenho confiança de que provavelmente usei essa frase no livro, é que você não pode governar os corações das pessoas. Você pensa em todas as leis que temos sobre discriminação, o modo como nós supostamente deveríamos tratar as pessoas, mas isso não muda o jeito como elas agem em seu dia a dia umas com as outras. É algo que vem do caráter, o qual você deve se adaptar e concordar que certa forma de agir ou é certa ou errada.


Como fã da série desde o início, o agradecimento curto e doce no fim de A coroa me acertou em cheio. O que fez você escrever daquele jeito?

Esse foi outro “ops” na minha vida. A verdade é que me disseram que eu estava no fim do prazo para entregá-lo e eu estava a caminho da aula de ginástica com meus filhos. Eu estava tipo “Ah, eu vou ter que escrever meus agradecimentos em meu celular e depois enviar por e-mail no fim do dia.” E pensei “A essa altura, todo mundo conhece todo mundo”. Eu não preciso ir lá e listar todas essas pessoas de novo. Todo mundo sabe quem são. E foi meio que um alívio, de certo modo, só dizer “Obrigada”. Há um monte de pessoas que fazem os livros acontecerem, há um monte de pessoas do lado dos fãs que tornaram os livros tão populares quanto são, então obrigada. E chegamos ao fim, agora. Foi uma boa maneira de seguir em frente.


Qual é o status da adaptação cinematográfica?

Eu recebi a segunda versão do roteiro e o li. Ele ainda está muito bom e sei que todos que estão trabalhando no filme por trás das câmeras, como minha agente de filme e o pessoal da produtora, estão arrasando em tudo. Mas está meio que parado, parece, no momento. Ainda não foi rejeitado ou algo do tipo, mas ainda estão tentando se decidir se vale a pena investir nele, acho.


Agora que você deixou Illéa, o que vem a seguir?

Estou trabalhando em umas coisas novas. Acho que não tenho a permissão para dizer sobre o que é, mas eu estou super animada. Eu fui para Nova York algumas semanas atrás com minha mãe para fazer uma pesquisa. Definitivamente, é um pouco mais complexo do que qualquer coisa que já fiz até agora. É um pouco complicado, o que estou tentando fazer, mas essa garota esteve em minha mente por tanto tempo quanto America, e há muito tempo eu quero escrever sua história, então estou muito empolgada por finalmente ter a oportunidade. Só espero dar vida a ela da melhor forma possível, porque eu amo muito, muito mesmo a história dela. Minha alma está nesse projeto.



Tradução: Camila Lima

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